Trompas
Obstruídas, HIDROTUBAÇÃO, e Fertilização in vitro
As trompas existem
para captar o óvulo - liberado durante a ovulação - para que ele possa
encontrar o espermatozóide, e assim, ocorrer a fecundação dentro delas.
O espermatozóide
consegue se mover sozinho dentro da trompa, pois ele tem a cauda, responsável
pelo seu movimento no interior da trompa. No caso do óvulo, esse depende dos
cílios existentes no interior da trompa, para se movimentar. Estes cílios se
movimentam em direção ao útero, carregando o óvulo, ou o ovo (veja foto abaixo).
Nas extremidades
das trompas, existem as famosas fímbrias (veja foto abaixo), as “mãozinhas” das trompas, que
permitem que ela “segure” o ovário, no momento da ovulação, facilitando a
captação do óvulo pela trompa. No caso das fímbrias aglutinadas, ou deformadas
(fimose da trompa), a captação do óvulo estará dificultada.
No caso das trompas
estarem totalmente obstruídas, não acontecerá a gravidez, sendo essa uma das
principais causas da infertilidade.
A Obstrução das Trompas é considerada uma causa mecânica,
maior responsável pela infertilidade feminina.
A causa mais comum são as infecções ginecológicas, como
as Doenças Sexualmente Transmissíveis. Pode ser causada pela formação de
cicatrizes após cirurgias, e também pela endometriose.
Importante
lembrar que por muitas vezes, o germe “ataca” a trompa, destruindo os cílios,
sem obstruir. Na verdade a destruição dos cílios no interior da trompa não têm
como ser confirmado, sem a retirada da trompa para exame histopatológico. Por
este motivo, existem várias pacientes com trompas ditas “sadias”(desobstruídas)
que não conseguem engravidar. Na verdade, as suas trompas não funcionam mais,
pois estão sem os cílios. Essas pacientes se beneficiam com o método de
Hidrotubação, pois o mesmo, através da ação química, estimula a regeneração dos
cílios.
Em alguns casos, é
possível realizar uma cirurgia para desobstrução, mas somente se a obstrução
estiver nas fímbrias, não sendo aconselhável a cirurgia para outras obstruções.
Com uma laparoscopia, é possível abrir as fímbrias, quando a área obstruída é
pequena.
Mas,
antes do procedimento cirúrgico, se deve tentar, através do método de
HIDROTUBAÇÃO, a desobstrução das trompas.
Importante se fazer
entender, que a Hidrotubação não age de forma mecânica, “desentupindo” a trompa
através da pressão. Pelo contrário, sua ação é puramente química, dependendo
dos efeitos dos medicamentos nela utilizados. Existe uma enzima que irá “corroer”
o tecido que obstrui, a cortisona que irá retardar o processo cicatricial,
permitindo a regeneração dos cílios, e um antibiótico potente, que evita a
infecção da trompa pelo método.
A alternativa pela
Fertilização in vitro, deve ser escolhida quando esgotadas as tentativas acima,
evitando assim, expor a mulher ao estresse de tentar uma gravidez artificial (que
hoje se sabe, com resultados positivos bem reservados), e passar pelo desgaste
de uma gravidez interrompida.
Como
avaliar se as trompas:
Histerossalpingografia: exame radiológico que, após a introdução de um contraste
radiopaco, permite a visualização e a documentação do interior da trompa. Por meio
deste exame, é analisado o canal cervical, a cavidade do útero, a
permeabilidade das trompas e a dispersão do contraste no abdome. Este exame
deve ser avaliado por profissionais altamente treinados e preparados, poucos na
verdade.
Vídeolaparoscopia: exame invasivo, realizado com anestesia geral, que permite
visualizar por meio de imagens o interior do abdome e identificar a anatomia do
aparelho reprodutivo. A vantagem em relação á Histerossalpingografia, é que
permite visualizar diretamente, e avaliar as condições das fímbrias. É o exame
mais preciso para avaliar a integridade das fímbrias, e também diagnosticar uma
série de anormalidades, como é o caso da endometriose.
Abaixo, a foto de
um óvulo, sendo “carregado” pelos cílios, (pelo aumento da foto, mais
parecem “dedos”)...
... e nessa foto abaixo, as fímbrias (pelo aumento da foto mais parece uma rosa!), e é esta parte, da ponta da trompa, que "pega" o óvulo.
Abaixo um esquema mostrando como se coloca os medicamentos da hidrotubação, o mesmo com o contraste na histerossalpingografia.
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