A MODA NA MEDICINA
Milhões de receitas e centenas de
perguntas sobre o uso do ácido fólico para gestantes e pré-gestantes. Logo que
pesquisas evidenciaram a participação fundamental do ácido fólico na formação
do tubo neural do embrião, raiz da inteligência humana, a indústria
farmacêutica tratou de providenciar medicamentos “específicos” para este fim,
ao ponto das pacientes acreditarem serem indispensáveis em seu dia a dia.
Aqui vale uma explicação fisiológica
e importante. O ácido fólico é indispensável no corpo de qualquer ser humano,
homem ou mulher, pois é responsável pela formação das hemácias, as células
vermelhas do sangue. E o que acontece imediatamente na carência do ácido fólico
é a formação pela medula de hemácias maiores do que as normais, causando a
ANEMIA MEGALOBLASTICA.
Ou seja, faltou ácido fólico, logo
aparece alteração no hemograma. Se é assim, por que tomar ácido fólico se o
hemograma esta normal, ou seja, as hemácias sem alteração megaloblástica?
Outro detalhe importante é o fato da
dose recomendada para tratamento da anemia megaloblástica ser entre 2 a 5 mg
por dia, quando os tais “produtos para gestantes e pre-gestantes” apresentam de
0,4 a 0,8mg.
O que significa tudo isto? Você pode
estar tomando a droga á toa, em sub dose, e sem necessidade.
A mãe de Einstein tomava ácido
fólico??? Claro que SIM!!!
As verduras de cor escura, como o agrião, a couve mineira, o espinafre,
são ricos em ácido fólico, e com certeza ela deve ter comido bastante!
Infelizmente a indústria médica
farmacêutica não gosta deste tipo de divulgação, mas como médico, e acima de
tudo, um eterno estudioso, tenho a obrigação de fazer este alerta, não só para
as minhas pacientes, mas para a população em geral. Infelizmente muitos colegas
levados pela propaganda laboratorial, por vezes baseadas em estudos
randomizados mas viciados e manipulados, permitem este avalanche no consumo de
medicamentos, o que na verdade só enchem o bolso dos laboratórios
farmacêuticos.
O médico deve estimular a dieta, e
em caso de ANEMIA MEGALOBLASTICA, OU MACROCITICA, receitar o ácido fólico na dosagem
recomendada pela OMS.
O “modismo” na medicina só é
possível pela falta de estudos mais aprofundados pelos médicos, envolvidos em
sua rotina da clinica diária.
RIO DE JANEIRO, 19/10/2015 dr. andre vaz
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